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Delenda Est Imperium

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São crianças ou mais um número para o Estado?

08/03/2010 22:16

Comentário da letra "do berço ao fogo" DEI.  


    Um relatório realizado a partir da visita a Fundação Casa (exfebem),
por oito organizações de direitos humanos, aponta vários casos
de violência nas unidades mantidas pelo estado (o relatório na íntegra
pode ser encontrado no sítio:
https://delendaestimperium.webnode.com.br
Nossa idéia em divulgar este relatório é denunciar a forma em
que o estado brasileiro trata suas crianças/adolescentes e jovens,
consideramos este episódio apenas a primeira página deste livro, o que
podemos dizer de um país que coloca sua população na idade mais produtiva
na cadeia, ou que instrumentaliza sua polícia para cometer assassinatos
e chacinas de jovens que moram na periferia?
“Só quem é de lá, ou quem já recebeu o belo tratamento dos homens
da lei” sabe do que estamos falando. Temos uma polícia especializada
em caçar pobres, afinal, só nós de fato vamos para a cadeia, independentemente
da nossa idade, exemplo disso é o próprio caso do governador
de Brasília, José Roberto Arruda (DEM), que mesmo depois de
ser flagrado entregando dinheiro no esquema do “mensalão”, só foi detido
em prisão especial da PF depois de dois meses do escândalo. Será
que se fosse pobre ele demoraria tanto tempo para ser preso? Sabemos
que não! Vivemos de fato no país das contradições.
Na letra “Do berço ao fogo” discutimos um pouco a questão do
trabalho infantil, que apesar de nossa legislação estabelecer a idade
mínima de 16 anos (na condição de aprendiz) para o trabalho, encontramos
no mesmo país que mata jovens em chacinas, e que deixa rico e políticos
costas quentes em liberdade, a exploração do trabalho infantil
inclusive o sexual), que já se tornou uma atividade cotidiana. É muito
comum ver no farol meninos/as vendendo balas, acessórios de carros ou
a própria vida, ou ainda nas minas de carvão, nas pedreiras e lavouras,
sem a garantia de seus direitos e sem nenhuma perspectiva de futuro.

Não podemos mais aceitar esta situação de braços cruzados, muito
menos demonstrar nossa indiferença e apatia frente a este cenário.
Quando assistimos na TV um moleque assaltando, ou cometendo um
ato infracional, nos perguntamos: Quem é a vitima? Quem cometeu o primeiro
crime? O moleque ou o estado? Até porque, muitos dados apontam
que menos de 6% dos casos de delitos cometidos por crianças/
adolescentes são atentados contra a vida, a maioria deles são atentados
ao patrimônio e crimes ligados ao narcotráfico. Isso aponta que
são crianças querendo ter acesso àquilo que é negado por sua condição
social, uma vez que se tenha uma outra alternativa de vida e seus direitos
garantidos, modificamos este quadro lamentável em que vivemos
hoje.
Não precisamos de investimento em cadeias mirins, como aponta a
propaganda do Sr. Governador José Serra, temos que dar um BASTA nesta
história com investimento público em futuro, com políticas públicas
que possibilitem que nossos jovens não precisem passar a idade mais
produtiva de suas vidas atrás das grades.